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Inteligência Artificial Está Mudando a Análise de Riscos em Seguros

São Paulo, 25 de agosto de 2025

De acordo com um estudo recente da Conning, 77% das empresas de seguros já utilizam inteligência artificial em seguros para suas operações, incluindo controle de riscos e precificação. Na verdade, os investimentos do setor em inovação devem alcançar quase R$ 20 bilhões em 2024, conforme dados da Confederação Nacional das Seguradoras (CNSeg).


A transformação no setor de seguros é evidente quando observamos que a análise de riscos, que antes levava dias, agora pode ser realizada em apenas algumas horas com o auxílio da IA. Além disso, 84% das empresas que investiram em tecnologias de inteligência artificial relataram melhorias significativas na experiência do cliente.


Este guia apresenta uma análise completa sobre como a inteligência artificial está revolucionando a avaliação de riscos no mercado segurador, explorando as principais tecnologias, casos práticos e tendências que moldarão o setor até 2025.

A evolução da análise de riscos no setor de seguros

A história da análise de riscos no setor de seguros remonta a épocas antigas, quando comerciantes chineses e árabes distribuíam suas mercadorias entre várias embarcações para minimizar perdas potenciais. Este princípio básico de mutualismo evoluiu consideravelmente ao longo dos séculos, transformando-se em modelos sofisticados que hoje incorporam tecnologias avançadas.


Anteriormente, a avaliação de sinistros era conduzida predominantemente de forma manual por peritos e ajustadores. Este processo tradicional enfrentava desafios consideráveis, como períodos de regulação extensos e subavaliação de danos devido à insuficiência de informações e processos não otimizados. A subscrição — processo de decisão sobre oferecer uma apólice e definir preços adequados — dependia fortemente da experiência pessoal e análises limitadas.


Atualmente, o setor está passando por uma transformação fundamental, transitando do modelo "detectar e reparar" para "prever e prevenir". Esta mudança é impulsionada principalmente pelo uso intensivo de dados e inteligência artificial na análise de riscos. Conforme dados da IBM, a utilização da IA para analisar grandes volumes de informações permite às seguradoras precificar suas apólices com maior precisão e minimizar surpresas.


Os benefícios dessa evolução são múltiplos e significativos:

  • Análise de dados em tempo real, permitindo decisões mais ágeis e precisas

  • Previsão de desastres através de algoritmos que processam dados históricos

  • Avaliação de danos mais eficiente utilizando análise de imagens

  • Detecção de fraudes através de identificação de padrões suspeitos.

O caso da HDI Seguros exemplifica esta transformação: após implementar modelos estatísticos baseados em machine learning, a empresa aumentou seu EBITDA em 13% e melhorou a assertividade da análise de risco de roubo e furto em até 20%.


Por outro lado, os executivos precisam compreender que a IA não deve substituir integralmente a decisão humana, mas ser uma ferramenta para aprimorar processos. A gestão de riscos moderna implica no planejamento integrado de recursos humanos e materiais, utilizando dados para eliminar ou minimizar riscos e identificar oportunidades de melhoria.


Dessa forma, enquanto avançamos para 2025, as seguradoras que adotarem abordagens orientadas por dados não apenas otimizarão sua eficiência operacional, mas também criarão experiências mais personalizadas, transformando potenciais pontos problemáticos em transições perfeitas para seus clientes.

Tecnologias de IA que revolucionam a avaliação de riscos

As tecnologias de inteligência artificial estão transformando fundamentalmente a maneira como as seguradoras avaliam riscos. De acordo com pesquisas da Accenture, 80% das seguradoras já reconhecem o valor das soluções inteligentes para tarefas complexas, enquanto 63% dos executivos acreditam que a indústria será completamente transformada por essas tecnologias.


O aprendizado de máquina (machine learning) destaca-se como ferramenta essencial para identificar padrões em dados históricos e comportamentais. Esta tecnologia permite que algoritmos avançados analisem milhares de variáveis simultaneamente, melhorando significativamente a precisão na previsão de sinistros. Um exemplo prático foi implementado por uma seguradora que economizou mais de R$ 16 milhões em um ano utilizando modelos preditivos baseados em IA.


Além disso, o Processamento de Linguagem Natural (PLN) está revolucionando como as seguradoras interpretam informações não estruturadas. Esta tecnologia permite extrair insights valiosos de documentos, formulários e até mesmo interações com clientes, automatizando processos que antes exigiam intervenção humana extensiva.


A automação inteligente, por sua vez, está redefinindo a subscrição de seguros. Segundo a Deloitte, esta tecnologia pode ser aplicada em várias categorias: consumo de dados, triagem, avaliação de risco, precificação e processamento. Na prática, a Seguros Unimed implementou automação com machine learning na subscrição do Seguro de Renda por Incapacidade Temporária, permitindo análises detalhadas de CIDs que impactam indenizações e características de segurados.


Para análise em tempo real, dispositivos IoT e telemática estão fornecendo dados comportamentais que permitem precificação personalizada. A SulAmérica foi pioneira no uso de aplicativos com telemetria embutida, já contando com mais de 2 milhões de downloads. Este tipo de tecnologia marca a evolução para o seguro baseado em uso (UBI).


Os resultados financeiros destas implementações são impressionantes: a Accenture estima que seguradoras totalmente comprometidas com a IA podem aumentar suas receitas em 17% até 2022. Além disso, desde 2021, os investimentos em tecnologia no setor dispararam, com mais de 305 milhões de dólares injetados.

Casos práticos: o uso da inteligência artificial é seguro e eficaz

Implementações reais de inteligência artificial em seguros já mostram resultados significativos em diferentes áreas operacionais. A MAPFRE, por exemplo, desenvolveu um modelo de IA nos Estados Unidos que obteve sucesso tanto no segmento residencial quanto no automotivo, reduzindo consideravelmente o número de fraudes detectadas tardiamente e melhorando a eficiência operacional.


Na área de processamento de sinistros, a tecnologia está revolucionando a velocidade e precisão das análises. Algoritmos de IA podem processar uma variedade mais ampla de dados do que os métodos manuais tradicionais, incluindo informações de sensores, dados de telemática e histórico de condução. Esta automação reduz o tempo de análise de sinistros de dias para apenas algumas horas, otimizando significativamente os processos.


Os benefícios se estendem também à subscrição de riscos, onde a IA analisa grandes volumes de dados para avaliar com precisão o risco de oferecer seguro a determinados nichos. Isso permite que as seguradoras identifiquem melhor os riscos potenciais e definam preços mais precisos para as apólices, personalizando ofertas com base nas necessidades específicas de cada cliente.
Na detecção de fraudes, área onde as perdas são substanciais para o setor, 52% dos executivos do setor financeiro no Brasil planejam ampliar o uso de IA. Os algoritmos de aprendizado de máquina são treinados para identificar padrões suspeitos em sinistros, agilizando investigações e prevenindo perdas financeiras consideráveis.


Além disso, a tecnologia IoT integrada com IA está transformando a prevenção de riscos. Dispositivos inteligentes como detectores de monóxido de carbono e fumaça alertam proprietários em tempo real sobre incidentes potencialmente perigosos, enquanto sensores instalados em veículos podem identificar riscos de sinistros e alertar motoristas.


No entanto, apesar dos benefícios, existem preocupações quanto à discriminação potencial, segurança, privacidade e ética. As seguradoras precisam garantir que os dados dos clientes sejam usados apenas para fins legítimos e armazenados somente pelo período necessário, equilibrando inovação tecnológica com práticas éticas responsáveis

Conclusão

Certamente, a inteligência artificial está redefinindo os padrões da análise de riscos no setor de seguros. Os resultados apresentados demonstram que seguradoras que adotam tecnologias avançadas conseguem oferecer produtos mais precisos e personalizados, além de processar sinistros com maior eficiência.


Embora existam desafios relacionados à privacidade e ética no uso de dados, os benefícios são incontestáveis. As seguradoras que implementaram soluções baseadas em IA relatam melhorias significativas em suas operações, desde a redução do tempo de análise até o aumento da precisão na detecção de fraudes.


À medida que avançamos para 2025, torna-se evidente que o futuro do setor segurador dependerá da capacidade das empresas em equilibrar inovação tecnológica com responsabilidade ética. Seguradoras que conseguirem combinar análise de dados avançada, automação inteligente e proteção adequada das informações dos clientes estarão mais bem posicionadas para prosperar neste novo cenário.

Referências

[1] - https://blog.dsacademy.com.br/o-impacto-da-inteligencia-artificial-no-futuro-da-area-de_seguros/
[2] - https://www.ibm.com/br-pt/think/topics/ai-in-insurance
[3] - https://www.sindicatoseguradoras.com.br/2023/11/23/os-impactos-do-uso-da-inteligencia-artificial-no-setor-de-seguros/
[4] - https://mittechreview.com.br/a-cultura-data-driven-como-indutora-da-transformacao/
[5] - https://cqcs.com.br/coluna/saber-sabendo-ensinando-e-aprendendo/gerenciamento-de-riscos-em-seguros/
[6] - https://innowise.com/pt/blog/data-analytics-for-insurance/
[7] - https://revistahsm.com.br/seguros-na-era-do-big-data/
[8] - https://actdigital.com/pt/cases/seguradora-economiza-mais-de-r-16-milhoes-em-um-ano-com-analise-preditiva
[9] - https://www.ibm.com/br-pt/think/topics/natural-language-processing
[10] - https://www.blueprism.com/pt/resources/blog/insurance-underwriting-use-cases-for-intelligent-automation/
[11] - https://revistaapolice.com.br/2024/12/seguros-unimed-inova-com-automacao-em-subscricao-para-produto-serit/
[12] - https://tiinside.com.br/25/03/2025/setor-de-seguros-usa-tecnologia-e-experiencias-digitais-para-transformar-jornada-do-cliente/
[13] - https://www.mapfre.com/pt-br/actualidade/inovacao/fraude-setor-seguros/
[14] - https://www.insurtalks.com.br/posts/beneficios-e-armadilhas-das-aplicacoes-da-ia-na-industria-de-seguros
[15] - https://www.mdsgroup.com.br/pt/comunicados-de-imprensa/o-impacto-da-inteligencia-artificial-na-gestao-de-riscos-de-seguros/
[16] - https://www.chubb.com/br-pt/negocios/recursos/inteligencia-artificial-e-o-setor-de-seguros.html
[17] - https://www.insurtalks.com.br/posts/seguradoras-contra-fraudes-a-inteligencia-artificial-esta-ganhando-essa-luta
[18] - https://www.conjur.com.br/2022-out-13/seguros-contemporaneos-seguros-riscos-impostos-uso-inteligencia-artificial/

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